Curitiba

Faz frio, mas a cama está quentinha... tento me desvencilhar das cobertas e acabo caindo nos braços de meu bem... Que diferença faz 15 minutos numa manhã gelada? Encosto minha cabeça no seu peito e minha alma descansa... quando percebo já se foi uma hora... acordo assustada, mas sem coragem de expor meu corpo quente à temperatura daquelas manhãs que até o sol não tem vontade de se mostrar... resmungo algo baixinho e corro pro banheiro, a água quente me transporta para bem longe, especificamente uma terrinha quente e úmida igual ao banho que tomo. Longe de mim ter saudades do calor, o que dói é a distância, lembrar de meus pais, irmãos, sobrinhos, amigos e parentes... pensar que eles estão distante assim como a data que eu os terei por perto... desligo o chuveiro e um vento frio consegue passar por baixo da porta e eu me recordo onde estou... seco meu corpo rapidamente e corro de volta para o quarto onde o aquecedor faz o favor de deixar quentinho, visto-me com pressa e quando sento na cama para colocar a bota, escuto o resmungo de alguém que não quer ser acordado e lembro o porquê de eu estar do outro lado do país e querer voar bem alto, longe das incertezas e dúvidas, longe da mesmice e do calor e bem pertinho da perfeição...