24 de jul. de 2007

olhos indefinidos

Um dia ainda escreverei bons textos...



A enfermeira entrou no quarto do hospital enquanto ela ainda estava zonza da anestesia, a sensação ruim ainda persistiria por mais uns dias, "parabéns sua filha é linda", não era papinho de enfermeira, a criança era realmente linda. Ajeitando-se na cama, procurando a melhor posição, se é que existia, ela pegou pela primeira sua filha, analisou os traços, contou os dedos da mão, sentiu a pele fininha e a unha afiada. Enquanto conferia a sua filha pensou nas noites que passaria em claro cuidando da criança que não havia sido planejada, pensou nos planos que foram retraçados para dali 2, 3 ou mesmo uns 5 anos, imaginou que mesmo alguns deles nunca mais seriam postos em prática, tantos sonhos que se desfizeram com essa gravidez...

No entanto sua filha estava em seus braços, pequena e dependente e parecia um pouco com o marido, será que eles se casariam se ela não ficasse grávida? Seu marido era bonito, alto e o mais importante para ela: rico. Nunca passou em sua cabeça casar e constituir família, mas após a gravidez imprevista, por muita insistência dele eles se casaram. E lá estava ela, calculando quantos anos ela ficaria com ele para depois largá-lo juntamente com a filha e continuar sua vida de peregrina, atrás de alcool, festas e amantes... o mais interessante é que ninguém nunca desconfiou deste seu traço psicopata de não se importar nem um pouco com o sentimento dos outros, ela era falsa e excelente atriz.

Sua filha deu um chorinho em seu colo, daqueles que só se escuta quem está por perto, os pensamentos se voltaram para criaturinha de cor de olhos indefenidos... Com a ajuda da enfermeira a criança sugou seus seios doloridos... Um gemido e uma dor insuportável acompanharam-na enquanto amamentava pela primeira vez, doia, ardia, machucava, porém após o ritual doloroso ela se viu encantada com a criança, via-a de outra forma, mais bela, mais parecida com ela e analisando seus olhos de cor indefinida enxergou-a moça tendo vários namorados assim como ela tivera... será que esse sentimento que começava a despertar pela filha era amor? O amor que tanto falavam e que tanto ouviu falar? Era o sentimento que forjava sentir pelo marido e que ele dizia todos os que sentia por ela? Por que que pela filha se mostrava tão forte? Era o sentimento mais verdadeiro que sentira desde sua infância mal tratada e cruel...



Os resmungos de sua pequena fizeram com que ela abrisse um sorriso e cuidadosamente envolveu a criança num abraço apertado, tão forte e cuidadoso como se quisesse guardar a cria dentro de si, protegê-la de todo o mal o mundo... e depois chorou, chorou por todo o mal do mundo, por todas as maldades que ela fizera, pelos sentimentos e desejos que nutriu por criatura tão pequena... chorou como não fazia desde criança, naquele momento de desespero, amor, compreensão, ela passou a entender um pouco melhor a vida...

14 de jul. de 2007

Conquistas

Risos fáceis, lan house, cyber, medo de conquistar, medo maior de ser conquistada...
Desta forma surgiu uma vontade inexplicável de se ver todos os dias, necessidade de conversar sobre o mundo e dar boas gargalhadas...

café, sorvete, comida japonesa e história sobre Manaus da Belle Èpoque...
passeios de carro, almoço no restaurante dos meus pais e aniversário de amigo para ir...
declarações, beijos, comida árabe e descanso da alma...
flores, copa do mundo e te quero para sempre ao meu lado...
fortaleza, amigos, "eu te amo", e certeza de ser para sempre...
mais flores, curitiba, frio e dormir agarradinho...

Nossa vida é escolhida por nós mesmos, visualizando felicidade não há como obter outra coisa.

Afinal, semelhantes se atraem...